Imagem acima: cafeigravura

domingo, 5 de setembro de 2010

Saudade


Roupas num saco
Frascos no armário
Travesseiro perfumado
Esquecidos ou deixados.

Pequenas migalhas
Indicando o caminho de casa
À menina apaixonada
Perdida em mares de mágoas.

O quarto se expande
Imensurável
Do tamanho da mente
As paredes ecoam
A todo instante
Reminiscências cortantes

Mas ao reencontrar o lar
Fenômeno formidável
As paredes desvanecem
As coisas diáfanas
O quarto deixa de ser espaço
Resta apenas tempo
Lentamente acelerado em sua paralisia.

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