Imagem acima: cafeigravura

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Oh, ménage!

Em campus augustus
Galhos prolixos
Encerrados como cactus
Nos caminhos daninhos
Capa de abismos
Ao ruir gutural das grutas
Põem a correr o matagal
Desperto do sono frugal.
Mas das veredas a cegueira
Esconde o verso dum concreto
Mais vivo que do Niemeyer
E menos patético.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Hell is repetition


Causos mimados
O rosto sujo e melado
No quarto mudo
A vergonha rindo
De olhos apertados
Fora de hora
Orações penitentes
Presas na memória.

4km em fervereiro


No cinza retorcido
De uma reta infinita
Insetos estalam cores
Que não matam a sede.

Destino Manifesto


Quando o morro arrebenta
Com a força da tormenta
Quebra casa, mata gente
Mas não abala a fé do crente.

Não há trauma para tipo tão duro
Que vê luz em presente obscuro
Tem como mandamento a acomodação
E faz da fatalidade sua austera religião.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

5% em fervereiro


Campos crespos
Ramos empanados
Ciscos de sol
E ar que é fumaça
Queima a garganta
E raízes pedintes
Agarram os pés.

Chão de ossos partidos
E de areia fundidos
Em cacos opacos
Rasgam a razão
A cada passo.