Imagem acima: cafeigravura

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Crise de soluços


A vibração vem das paredes
Faz tremer os dedos
Arruína a caligrafia
Mancha a lembrança
Solta na folha nua
Do carinho cúmplice.

Nenhum solavanco
Racharia o segredo
Só nosso sem medo
Pois o tempo suspenso
Entre os olhos espelhados
Cedia macio e confidente.

O agora por si só
Arremessa lá longe
Pra memória movediça
Nosso truque de mágica
O mistério de sermos eternos
Tornando-nos frágeis
A uma breve crise de soluços.

Nenhum comentário:

Postar um comentário