Imagem acima: cafeigravura

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Poema marrom


Perde tudo pra banca
Chega em casa, espanca
A mulher enxerida
Cheia de ferida

“Torrou tudo de novo
Não temos nem ovo”
Chora, soluça, esgoela
Antes de ser atirada pela janela.

Na rua, do crânio sai geléia.
Tem nojo, vai embebedar as ideias.
Depois d’uns goles, ouve ranger a porta
E dela sai a mulher morta

Culpa a bebida barata
Pois não vive o que se mata
Corre na sua direção
Para dissipar a ilusão

Mas ela o toca no rosto
Com afagos de desgosto
E antes dele pedir perdão
Seu corpo cai inerte no chão.

Um comentário:

  1. Queria ser esperta assim,
    escrever como pintura...
    Mas não consigo mesmo,
    então me curvo com ternura...
    E leio e releio de novo,
    pra guardar bem guardadinho...

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