Imagem acima: cafeigravura

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Niemeyer


As ripas trituram as costas encharcadas
Chibatadas úmidas de sangue algodoado.
Nas calças desfeitas de papel grudam ódio
Grudam poeira.
Arde o ar selvagem no rosto civilizado
Perdem-se os cabelos partidos em vales de fogo.
Uma placa de concreto fracassa
Ao projetar uma sombra que mente.
Fez-se um teatro de sombras contra o sol
Gente moderna desquitada da natureza
Desacreditada por curvas retas.
É preciso sofrer pelo estilo
Aberrações arborizadas são imprevisíveis,
Arredias aos feitios, não têm vez; estão vivas.
Mas é a vida que se alimenta de sol
Excretando sombra fresca, fria, porque morta.

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